sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sobre mim. Ou sobre o que me fizeram.

Revisando  perfis virtuais... Resolvi fazer um "about me" 




  Niilista. Sofri um acréscimo de pessimismo realista depois que comecei a trabalhar. Tenho um estilo de vida pré-determinado. Consumo o que ganho - o que não é muito - para suprir o vazio que o que faço para ganhar o poder de consumir me proporciona. O tempo livre é tão pouco...  Não sei como vai ser  futuro, não me vejo sem sair do lugar, mas também não prevejo a realização dos meus velhos sonhos.  
  Mudei muito no ultimo mês... Gostaria de caminhar no centro de São Paulo e na Avenida Paulista com aqueles mesmos olhos, procurando os olhares dos loucos, que me faziam sentir tão feliz,  camuflada e em casa.  Gostaria de poder acordar cedo no meio da semana de novo, tomar o café saindo do fogão, sentar-me e ser grata pelas simples demonstrações de amor da mãe natureza.  Não leio meus livros, nem socializo mais com os cães de rua. Não ando vomitando vinho barato no chão do quarto, nem frequentando o cemitério para descansar. Não cabulo mais aulas para conversar sobre as armadilhas do mundo na calçada. Não passo o dia com a pessoa que amo não fazendo nada além de amor. 
  Atualmente socializando com pessoas idosas carentes, e descobrindo certo carinho e empatia por elas.  Atualmente, sem olhar muito em volta, seguindo meu rumo como se não houvesse vidas ou paisagens. Atualmente desejando um prozac.  Atualmente, ainda bebendo, mas não mais pra cair. Atualmente, acordando tarde demais para pegar o café.  Atualmente engolindo muitos sapos e me acostumando com isso. Atualmente dizendo coisas sem exatidão, e certas horas pensando exatidões sem dizer. Atualmente sem a mesma paciência e compaixão para com os outros seres viventes. Atualmente, de vez em quando, sendo nocauteada pela minha consciência... Às vezes bloqueando-a, às vezes deixando-a que se comunique e me faça chorar. Atualmente olhando para a vida dos meus semelhantes e notando que o destino não foi injusto comigo como costumava crer, mas pisa quase igualmente nas nossas cabeças a cada dia. Atualmente, quem diria, caçando um lugar pra gritar. 

Tradução do que gostaríamos de estar falando mas preferimos falar sobre estatísticas

Notei Que a vizinha da esquina ama as flores Toda aquela parede verde, e aqueles vasos coloridos quase sorriem, gratos por serem a única c...